O Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro (PNMGL) é conduzido por meio de parceria entre a Embrapa e a ABCGIL (Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro), com o apoio técnico da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu). O Programa envolve a colaboração de diversas instituições públicas e privadas, tais como as centrais de processamento de sêmen, os órgãos de fomento à pesquisa (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, Fudação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais etc.), o Ministério da Agricultura, Pecuária (MAPA), as empresas estaduais de pesquisa agropecuária (Epamig, Emparn, Emepa, APTA), os criadores de gado Gir puro e as fazendas colaboradoras de gado mestiço leiteiro. Iniciado em 1985, o PNMGL contou também, na fase de sua implantação, com a importante participação da Fundação Laura de Andrade. O Dr. Mário Luiz Martinez foi um dos grandes idealizadores e o primeiro coordenador técnico do programa.
A Embrapa e a ABCGIL realizam, a cada ano, as avaliações genéticas de touros, utilizando os dados obtidos nos serviços de controle leiteiro do PNMGL (rebanhos colaboradores de gado mestiço) e da ABCZ (rebanhos puros de gado Gir Leiteiro). Os resultados das avaliações dos touros vêm sendo divulgados, anualmente, desde 1993, no Sumário Brasileiro de Touros. Na constante busca pela evolução da raça, a equipe do programa vem trabalhando no sentido de implementar as ferramentas mais modernas para seleção de touros e de vacas. Como a mais recente inovação, a genômica vem sendo utilizada desde 2016 para a indicação dos touros jovens candidatos à inclusão nas Provas de Pré-seleção de Touros. Como continuação desse processo, em maio de 2018, a seleção genômica foi incorporada definitivamente ao sumário de touros do PNMGL, destacando-se que o Gir Leiteiro foi a primeira raça zebuína leiteira no mundo a implementar essa tecnologia na prática. No presente documento estamos publicando o sumário de fêmeas avaliadas em relação às suas habilidades preditas de transmissão genômica (GPTA, do inglês Genomic Predicted Transmitting Ability), para a produção de leite e idade ao primeiro parto. São apresentados os resultados das fêmeas TOP 10% para produção de leite, que estão divididos em duas tabelas. Uma para fêmeas jovens e outra para fêmeas adultas.
As médias das PTA para produção de leite até 305 dias de lactação variaram de valor próximo a zero, no caso dos animais nascidos na década de 1980, até mais de 600 kg, no caso dos animais nascidos em 2021. Uma evolução acentuada das médias das PTA para produção de leite pode ser observada, o que é indicativo claro de que o processo de seleção dos animais, realizado pelos produtores-selecionadores, tem sido efetivo.
A idade ao primeiro parto, outra característica importante para os sistemas produtivos, apresentou redução média de cerca de 50 dias entre 1980 e 2021 . Tendo em vista a correlação genética entre produção de leite e idade ao primeiro parto, é possível que a seleção para maior produção de leite tenha resultado na diminuição da idade ao primeiro parto. Assim, parece provável que filhas de touros com alto valor genético para a produção de leite apresentem crescimento mais acelerado ou maturidade fisiológica a idades mais precoces. Naturalmente, ao longo de todo o tempo considerado, houveram melhorias de manejo sanitário e alimentar nos rebanhos, contribuindo também, para maior evolução fenotípica das características sob seleção.
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